Porque se fazem promessas, projectos, e alaridos, que muitas vezes "caem em saco roto", resolvemos fazer um registo. Somos um grupo de amigos, e de desconhecidos que se podem sempre juntar a esta "causa", que resolvemos passar da conversa de jantar, para uma conversa mais pública

quinta-feira, janeiro 06, 2005

DESABAFO EM VÁRIAS PARTES, OU VÁRIOS DESABAFOS NUM SÓ

Prólogo
Escrever, (quase) todos o fazemos, mas na maioria dos casos o que escrevemos não tem a dose de trabalho necessária para merecer honrarias, são pequenos rascunhos ou desabafos que nada acrescentam.
No entanto, todos achamos, que no nosso caso, fomos bafejados com tanta criatividade que o que escrevemos é oiro (como é possível tanta ingenuidade e cegueira ?).
É verdade, sim é verdade, que toda a obra digna desse nome, tem na sua génese inscrita a sua composição básica e ela é invariavelmente – 99% de Transpiração e 1% de inspiração.

1ª Parte
No último ano (2004), exerci funções de Produtor Executivo, dos compactos de Música e Cinema do programa televisivo Magazine para o Canal A Dois. Por vicissitudes várias acumulei com esse cargo a tarefa de entrevistador do compacto de cinema (alguém que coloca questões aos cineastas, actores e outros intervenientes do panorama cinematográfico luso – sem que no entanto a minha voz e a minha figura alguma vez aparecessem, pois o que verdadeiramente interessa é dar voz aos criadores).
Nunca fiz qualquer formação em Jornalismo, e não me considero um jornalista, apesar das 68 entrevistas que efectuei durante o ano.
Durante, e após algumas delas, senti que os entrevistados tinham gostado das minhas questões, e em várias fui elogiado pelos próprios. A situação atingiu o seu expoente máximo, quando, no final de uma das entrevistas, a produtora do filme em questão me pediu o favor de lhe ceder uma cópia em bruto da entrevista feita ao realizador, pois, segundo o próprio, tinha sido a “única entrevista com interesse” que ele havia dado até então, na promoção do filme, e gostariam de usar partes das entrevista para incluir no programa televisivo de promoção ao filme, que iria passar poucos dias depois. STOP. (Respiremos fundo.)
Como é possível que existam pessoas com formação em jornalismo a efectuar pior trabalho do que o meu ? E Porquê ?
Falta de condições ? Má formação ? Desmotivação ? Desleixo ? Sobranceria ? Todas elas ???
Apesar da experiência (agradável), continuo incapaz de me considerar jornalista, e nem sequer entrevistador, para mim a formulação de uma questão a alguém sobre as suas criações, requer tanta dedicação, estudo e capacidade para ouvir, entre muitas outras coisas, coisas essas que eu sei no meu íntimo, não ter ainda adquirido.
Pelo contrário, já me considero um Produtor Executivo capaz e eficaz. Digo-o, não apenas porque tive formação académica na área (Curso de Cinema – área de produção), mas, também porque desde que trabalho na área do cinema e audiovisuais (7 anos), a minha evolução tem sido constante, sei hoje mais do que há 2 anos, e há dois anos sabia mais do que há 5 anos.
A experiência destes anos deu-me mais robustez e perícia, pode parecer paradoxal assim escrito, por isso, usarei uma metáfora futebolística para aclarar o que quero dizer – ganhei em força e em técnica.
Para que se saiba o que faço, pois Produtor Executivo pode ser pouco esclarecedor, digo que o meu ofício é ouvir as ideias dos especialistas (consultores) de música e cinema, seguir as suas sugestões por forma a transformar essas ideias em material palpável (filmado), tratando de toda a organização logística inerente, depois desta parte concluída envio o material, em bruto, para outras pessoas, a quem primeiro peço que o “limem” e transformem em peças com o interesse pretendido. Depois de feito o pedido começo com a pressão – para que tudo seja feito nos timings obrigatórios.
Quando recebo o material “limado” (editado), levo-o para o polimento final (locução e mistura de som), daí segue para a legendagem e depois desta são feitas as cópias finais, para entregar na RTP, juntamente com os dados relativos a cada um dos compactos (ou seja o cadastro de cada um daqueles blocos), e se tudo correr bem está feito. Está terminado o trabalho de uma semana (um respiro de alivio e trabalho bem feito), agora é começar a próxima semana. Tal como a dona de casa é um trabalho que nunca fica definitivamente terminado.
Ás vezes confio na experiência adquirida e, cometo erros, outras vezes safo-me. Mas, na generalidade das vezes sinto que cada semana que passa estou mais capaz, e que cada semana que passa gosto mais do meu trabalho. É por isto que me considero um Produtor Executivo sério. Não mais do que isso, nem menos – não sou consultor, nem operador de câmara, nem editor, nem locutor, nem legendador, apesar de por vezes poder ajudar nessas áreas, mas tenho a consciência que aí existem pessoas mais capazes e mais habilitadas do que eu, que farão muito melhor trabalho.

2ª Parte
Neste país, cultivamos em demasia a aparência e a superficialidade das coisas, cometendo por isso o erro de dar valor a pessoas cujo único “valor” que possuem é uma cara de pau desmedida, que lhes permite afirmar; serem peritos em várias áreas, lerem 20 livros por semana, dar aulas, ser consultores em vários locais distintos, escreverem, comentarem e ainda têm tempo para dar um pulo ao evento social que justifica mais a sua presença.
Portugal está repleto destes seres “polivalentes” completamente sôfregos, que tudo querem abarcar, impedindo o caminho aos verdadeiros especialistas de cada área.
Será porque sai mais barato aos media ter um bobo que comente todas as áreas (da política ao desporto, passando pela moda, religião, sexo, astrologia, etc...), do que pedir comentários a vários especialistas, consoante os temas a ser abordados ?
Será por cedência ao facilitismo, que todos negam ?
O que se consegue com isto é baixar o “tecto” cada vez mais, e assim nos vamos curvando, olhando para os outros países que admiramos, ultrapassarem-nos em várias matérias e nós a reter-mos as medalhas entregues aos piores alunos (única forma de sermos referenciados em tantos campos).
E, com isto, o orgulho “baixa”, a dignidade “cai” e a consciência cívica atola-se na “lama” do descrédito a que nos submete-mos todos enquanto nação.
Com as expectativas a este nível tão baixo e com a alienação a este nível tão alto, pode surgir a qualquer esquina um fanfarrão a prometer o orgulho perdido e a dignidade desavinda, e a “malta” ainda vai nisso. Cuidado.
Este país é tão estranho, que inclusive a passagem da esquerda pelo poder não fez abrandar o nível a que a incultura grassa, nem reduziu a alienação.
Nos 30 anos pós-revolução todos os que geriram o país contribuíram para ele ser o que é. Não reflectiram seriamente sobre os erros do passado, e referem-no apenas para puxar dos “galões” para o seu campo ideológico e “desviar” os defeitos para o campo do adversário.
30 anos em que a esquerda se orgulha de uma revolução, de um presidente que nos indicou o caminho da Europa, do Rendimento Mínimo e da liberalização de determinados hábitos. Acusando os “outros” de serem a favor da ditadura anterior à revolução, responsáveis pelo desemprego e de serem retrógrados e homofóbicos.
30 anos em que a direita se orgulha; de não ter deixado a revolução ir longe demais, de ser vítima de um atentado que vitimou os 2 candidatos a D. Sebastião do Séc. XX, de ter tido um primeiro-ministro que era considerado bom aluno pelos seus colegas da Europa, e acusa os “outros” de; serem irresponsáveis e esbanjadores, pouco sérios e sem amor à pátria.
Conseguimos, no entanto (embora ninguém se vanglorie do facto, pois sabem ser uma faca de dois gumes), a maior percentagem de candidatos a craques de futebol, modelos, apresentadores de televisão, actores e milionários de ganho fácil. Tudo isto obtido à custa de muita “informação cor-de-rosa”, e, com efeitos secundários desconhecidos.
ISTO É MUITO MAU. E É ISTO QUE TEMOS.

3ª Parte
Vou agora formalizar um pedido.
Eu, como elemento da tão falada sociedade civil, abaixo e acima identificado, gostaria de solicitar (numa altura em que se aproximam eleições importantes) aos candidatos dos vários partidos políticos, que nos apresentem as suas reais propostas.
Não estou interessado em que me digam que a culpa é dos “outros”, pois todos sabemos que a culpa é de toda a classe política (nunca nenhum se demarcou o suficiente para ficar isento).
Portanto sejam claros, a merda está feita, e só quero saber quais as vossas sugestões esforçadas e exequíveis para a limpar. Que estratégias, reformas e linhas de acção têm em mente. E isto, para cada partido político que se queira digno desse epíteto.
Depois, para sedimentar uma saudável democracia, peço aos media, que me vá transmitindo aquilo que de facto preciso de saber. (Ex: quantas nomeações efectua cada ministro, com que fundamentos as faz, quantos ministérios mudam o parque automóvel, com que custos, quanto se gasta em obras não adjudicadas correctamente, enfim, existem milhares de tópicos) peço que me forneçam os factos verídicos e não especulações, investiguem e divulguem. Vão ver que os temas são mais “sumarentos” do que as intrigas parolas a que dedicam muita atenção na actualidade.
Claro que para isto é preciso um Jornalista bem formado, culto, dedicado, isento, responsável e ético. Consciente de que o seu reconhecimento será muito provavelmente póstumo, mas duradouro e vindo de um povo sinceramente agradecido. Não queremos um jornalista vaidoso e incompetente (senão voltamos ao inicio deste desabafo).

Epílogo
A mim próprio peço-me que continue a exercer o meu oficio da melhor forma possível, desejando que o resultado desse esforço eleve o nível, e que quem observar o fruto do trabalho da equipa em que estou incluído, não se sinta alienado por ele, e que, pelo contrário, se sinta com necessidade de aprofundar mais aquilo que lhe é apenas mostrado, se sinta com vontade de reflectir sobre a cultura do nosso tempo e do nosso país. Que ambicionem ir mais fundo do que a capa ou a contracapa.
Este é um desabafo de quem está farto de votar em branco, de quem está farto de ver os portugueses virarem as costas ás eleições, sem que por isso a classe política perceba devidamente a mensagem.
UFA!

António Manuel E. Lopes

quarta-feira, setembro 01, 2004

Continuando com os gatos ...

Infelizmente não tenho uma fotografia para comprovar, mas acreditem na minha palavra, e perguntem a quem já lá passou.

No fim de semana passado fui ao Algarve. Fiz a auto-estrada até à Via do Infante/A22, onde segui a direcção Lagos. Até aqui tudo bem. O pior foi quando saí da A22! Deparei-me com duas rotundas às escuras! Completamente às escuras! A escuridão era tanta que nem vi os candeeiros. Acho que nem sequer lá estavam! Não me parece boa ideia acabar uma estrada onde se anda a uma velocidade consideravel, com duas rotundas que estão mal assinaldas e, ainda por cima, na completa escuridão!

Só espero que o número de acidentes naquelas rotundas nunca me dê razão. Espero que a cegueta seja eu, e que os outros condutores não sintam a falta da iluminação!

Começa a ser um tema recorrente, mas será que este país está ser pensado para gatos? Eles é que vêem muito bem de noite, não nós!

quarta-feira, agosto 04, 2004

A Passadeira dos Gatos


Posted by Hello

Este é um dos exemplos "daquelas" coisas - !das anormalidades! - que se fazem neste país. Alguém percebe qual era a ideia?
Alguém entende para quem é suposto ser esta passadeira?

Deve ser para os gatos lá da rua !! Só eles é que conseguem transpor os obstáculos !!

A "INAUGURAÇÃO"

Está oficialmente aberto este blogue!
Este vai ser um local de exposição, de denuncia.
Todas aquelas coisas, com as quais nos deparamos diariamente e que nos levam a pensar que somos "comandados" por um bando de idiotas, que fazem de nós ainda mais idiotas!

Fica o primeiro caso!

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